Quem foi Lino Melhado Filho?
Lino Antonio Melhado Filho, nascido em julho de 1973 e falecido em maio de 2024, foi um pensador brasileiro. Não famoso e conhecido amplamente, mas definitivamente um pensador.
Filho de Mariza e seu pai também chamado Lino, Lino Filho foi casado por 32 anos com Márcia, e teve 3 filhos: Lino Neto, Bruno Vinicius e Beatriz.
Lino Filho viveu em muitas partes do Brasil, passando a infância e adolescência em São Paulo-SP, e a maior parte da vida adulta em Limeira-SP, no interior do estado de São Paulo, onde inclusive nasceram seus 3 filhos. Além disso, também viveu por algum tempo em Guarujá-SP, Belém-PA e Fortaleza-CE.
Lino Filho trabalhou quase a vida toda: começou como office boy, foi vendedor de cerveja na praia, trabalhou numa locadora de filmes, já vendeu picolé, vendeu pipas, já foi empresário no ramo de impermeabilização, e nos últimos 15 anos de sua vida foi artesão, profissão que construiu ao lado de sua esposa, criando um dos nomes mais conhecidos do Brasil na área de topos de bolo de casamento em Biscuit - Márcia Melhado - Arte em Biscuit.
Lino Melhado Filho.
Lino Filho foi um questionador. Questionava todas as certezas absolutas.
Lino Filho era um agente de mudanças. Não aceitava as coisas que ele considerava ruins, e sempre sugeria mudanças de postura ou nas nossas próprias atitudes do dia a dia.
Lino Filho sempre foi um estudante, mesmo sem incentivo dos pais. De uns anos para cá, seu hobby era estudar e aprender coisas e conceitos novos. Adorava a cultura egípcia, maratonava documentários sobre sociedades e culturas antigas, e ultimamente se tornou um teólogo autodidata. Saber o necessário para viver era pouco para ele, por isso se dedicava a adquirir conhecimento.
Lino Filho era desconfiado. Adorava aqueles documentários do History e Discovery, como “Alienígenas do passado”, “O segredo do rancho Skinwalker”, “Segredos da Bíblia” e outras séries e documentários sobre temas conspiratórios. Inclusive sobre isso, Lino acreditava que não estamos sozinhos no universo, inclusive que eles já estão entre nós. Um de seus sonhos era um dia assistir a uma transmissão ao vivo sobre uma descoberta ou anúncio público de vida extraterrestre.
Mais recentemente, Lino Filho estava no hype de inteligências artificiais e computação quântica. Acreditava que o próximo salto tecnológico que nossa sociedade viveria estaria na junção destas duas tecnologias. Inclusive uma das coisas que mais o entretinham na internet era conteúdo sobre Física Quântica.
Lino Filho era um filósofo. Sim, um pensador que tenta expandir suas ideias além do campo comum, e transmiti-las a outras pessoas pode sim ser chamado de filósofo. Lino Filho estudava filosofia com afinco, compartilhava com os filhos vídeos, blogs, sites e autores sobre o tema filosofia.
Lino Filho ensinou seus filhos a serem São-Paulinos, apesar de ultimamente não acompanhar futebol como antes fazia.
Lino Filho e sua esposa Márcia.
Lino Filho amava a família que ele construiu. Foi pai aos 18 anos de idade, sem apoio do pai e da mãe que praticamente o abandonaram ao mundo, sendo ele tão jovem. Conheceu as drogas e o vício, mas mesmo assim teve 3 filhos e por enquanto 2 netos. Sustentou a família por décadas e ensinou à família seus valores e princípios. Tinha muito orgulho dos filhos e da esposa.
Lino Filho era um baita avô. Junto de sua esposa, Lino cuidou do seu primeiro neto Bernardo algumas vezes. Brincavam de massinha, brincavam de aviãozinho de papel, brincavam de carrinho… Bernardo adora o “vovô pequeno”, apelido dado pelo próprio neto, até hoje.
Lino Filho amava música, principalmente um rock n’ roll bem tocado, bem pensado. Amava Alice in Chains, sua banda preferida, mas gostava principalmente do estilo Grunge como um todo. A melancolia presente neste estilo de música sempre esteve presente em sua vida justamente por conta da forma como teve que enfrentar seus problemas desde a infância, sozinho.
Lino Filho era duro, muito rígido nas reações e nas palavras, mas seu intuito sempre foi o crescimento e evolução de todos.
Lino Filho lutou nos últimos anos de sua vida contra a dependência química. Os atritos familiares e o afastamento de todos levavam Lino Filho a recaídas. Por isso ele chegou a ser internado algumas vezes em clínicas de reabilitação, das quais sempre tirou muito proveito, e sempre se espiritualizava ao máximo.
Lino Filho tinha defeitos, como todos nós temos, era normal haver atritos dele com outros da família. Mas como ele mesmo dizia, atrito é justamente uma consequência da proximidade, da união, de estar junto. Por isso pode-se dizer do ponto de vista da família que as virtudes de Lino Filho são infinitamente maiores que seus defeitos - talvez numa escala de 99/1.
A última mensagem de status pública no WhatsApp de Lino Filho dizia: "só tenho certeza que não tenho certeza de nada", uma frase filosófica que contém um paradoxo de sua personalidade, pois apesar de não ter certeza de nada, Lino Filho tinha uma certeza absoluta sobre a vida: que ela, a vida, não acaba aqui.
Lino Filho era uma pessoa espiritualizada. Buscava Deus e entendimento sobre seu propósito de vida com todas as suas forças, até seu último dia de vida. Lino Filho não teve uma religião propriamente dita, mas era uma pessoa religiosa, pois religiosamente tinha seus costumes e rituais, como ver o nascer do sol sempre que possível, orar e conversar com Deus nosso criador sempre que acordava, e também antes de dormir, ser grato a Deus pela vida que tinha, independentemente das dificuldades.
Lino Filho é meu PAI.
Um dia antes de sua partida desse plano, Lino Filho como já tinha costume, apresentou uma música aos seus filhos, e pediu para que aprendessem a tocar. Infelizmente não houve tempo para que sua vontade se concretizasse em vida. Esta música se chama "Projeto no Deserto" do grupo "Voz da verdade".
Música Projeto no Deserto do grupo Voz da Verdade.
Esta música fala um pouco sobre o plano de Deus para o grupo de Israelitas que viveu 40 anos no deserto, em nome de uma promessa divina, e mesmo com todas as dificuldades impostas pelo deserto, ainda sim cumpriram a missão dada por Deus. Esta é uma história bíblica, com a qual Lino Filho se identificava, já que sua vida foi um projeto no deserto - ainda que um lugar inóspito, onde Deus está, a bênção está.
Meu pai deixou este mundo precocemente em maio de 2024 aos 50 anos de idade em decorrência de uma tromboembolia pulmonar.
Meu pai deixa neste plano uma esposa que é o amor de sua vida (e vice-versa), deixa três filhos que o amam como herói, e dois netos que o terão em lembrança como ótimo avô e amigo.
A missão de meu pai foi criar esta família, capacitá-la e prepará-la para o mundo, impregnar em cada um de seus familiares suas ideias e visão de mundo. E isso foi feito.
Agora Lino Filho começa uma nova jornada espiritual, amparado por todo amor e carinho que sua família lhe envia diariamente, seguindo como sempre no seu processo de evolução.
Pai, nunca esquecerei das suas leis, e no meu coração para sempre guardarei seus ensinamentos.
Lino Filho observando os astros com um telescópio.